A iniciativa Março Azul, focada na prevenção do câncer de intestino, registrou um sucesso significativo, refletido no aumento expressivo na quantidade de dois exames que podem ser decisivos para salvar a vida do paciente: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. Segundo levantamento realizado pelas Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), entidades médicas realizadoras da campanha, nos meses de março dos anos de 2021 a 2023, a realização desses tipos de exames no Sistema Único de Saúde (SUS) dobraram em relação à média observada em anos anteriores, destacando a importância e eficácia das ações de conscientização.
Ao analisar especificamente os dados dos meses de março, antes da campanha (até 2020), a média de pesquisas de sangue oculto nas fezes estava em aproximadamente 79,6 mil, enquanto as colonoscopias contavam com uma média de 17,9 mil. Após a edição que consagrou os esforços nacionais em torno da doença, em março de 2021, esses números cresceram para uma média de 175,6 mil e 33 mil, respectivamente.
Fonte: Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS), Ministério da Saúde.
“Naturalmente que o aumento na realização desses exames na rede pública demanda uma avaliação criteriosa de outros fatores que podem estar em jogo, como melhorias no acesso aos serviços, mudanças em programas de rastreamento locais, entre outros. No entanto, este aumento substancial em todo o País também pode refletir a resposta positiva da população às ações de sensibilização, que buscam destacar a importância do diagnóstico precoce para o tratamento eficaz do câncer de intestino”, destaca o coordenador nacional da campanha e presidente da ONG Zoé, Marcelo Averbach.
Em um movimento global de conscientização, março foi designado como o mês de prevenção através de uma iniciativa do governo norte americano, em fevereiro de 2000. Desde então, o Março Azul tornou-se um período de mobilização mundial, no qual pacientes, sobreviventes, cuidadores e defensores se unem para promover a conscientização sobre a doença, utilizando o azul como símbolo dessa luta.
O Brasil foi o primeiro na América Latina a aderir a esse movimento, ainda em 2020, quando passou a realizar uma série de atividades voltadas à prevenção do câncer de intestino, incluindo a iluminação de monumentos importantes na cor azul e o envolvimento voluntário de personalidades influentes de diversas áreas. A iniciativa tomou folego no ano seguinte, quando as entidades médicas nacionais uniram esforços para alertar sobre a importância da detecção precoce da doença.
Prevenção – Atualmente, os principais métodos diagnósticos e de rastreamento do câncer de intestino são oferecidos de forma gratuita e sistematizada pelo SUS. “Quando diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura são de 90%. Por apresentar poucos sinais em estágios iniciais, o câncer de intestino deve ser rastreado periodicamente em homens e mulheres, especialmente a partir dos 50 anos de idade. Essa investigação acontece, basicamente, por meio da realização da pesquisa de sangue oculto nas fezes e da colonoscopia”, explica Sérgio Pessoa, presidente da FBG.
“O exame de sangue nas fezes é simples, não invasivo e pode ser realizado pelo próprio paciente em casa com um kit laboratorial específico. Ter o resultado positivo não indica necessariamente a presença de câncer, mas sugere a necessidade de exames adicionais, como a colonoscopia, para um diagnóstico mais preciso.”, complementa o presidente da SBCP, Helio Moreira. Ao analisar o panorama desse tipo de exame no SUS, as entidades revelam variações significativas entre as regiões e ao longo dos anos, com alguns extremos que merecem destaque.
A Região Norte, por exemplo, demonstrou um aumento expressivo de 27% na demanda por esses exames de 2022 para 2023, alcançando um total de 104,6 mil exames realizados. Dentro dessa região, o Acre apresentou um notável crescimento de 419% no período, o maior aumento percentual entre todos os estados brasileiros. No Nordeste, observa-se um crescimento contínuo e consistente, com o Piauí destacando-se com um aumento de 59%.
No Sudeste, a liderança no volume de exames é inquestionável ao longo do período analisado, com um crescimento de 34% de 2022 para 2023. O Rio de Janeiro, em particular, mais que dobrou (148%) a quantidade de exames realizados no ano passado em relação ao exercício anterior. O Sul também demonstrou um aumento consistente, com um aumento próximo de 35% nos três estados. A Região Centro-Oeste mostrou um crescimento moderado, com Goiás apresentando um aumento de 39% nos últimos dois anos. CONFIRA A QUANTIDADE DE EXAMES REALIZADOS EM CADA ESTADO ENTRE 2013 E 2023.
Outro método de investigação da doença é através da colonoscopia, exame endoscópico que permite ao médico examinar o revestimento interno do intestino grosso e a parte final do intestino delgado. “Além de ser uma ferramenta de diagnóstico, a colonoscopia também pode ser terapêutica, permitindo a remoção de pólipos e a coleta de biópsias durante o exame. É um procedimento que requer preparação intestinal prévia, além de sedação para conforto do paciente, mas é considerado o padrão-ouro para o rastreamento do câncer de intestino”, acrescenta Herbeth Toledo, presidente da SOBED.
A análise dos dados de colonoscopia realizadas no SUS revela que o estado do Acre apresentou um aumento de 896% de 2022 para 2023, liderando em termos de crescimento percentual, seguido de perto pelo Amapá, com aumento de 505%. Por outro lado, a Região Sudeste manteve sua posição como líder em volume total de exames realizados, com São Paulo, sozinho, respondendo por aproximadamente 40% do volume de procedimentos do País. CONFIRA A QUANTIDADE DE COLONOSCOPIAS REALIZADOS EM CADA ESTADO ENTRE 2013 E 2023.
Edição 2024 – A Campanha Março Azul 2024, dedicada à conscientização sobre o câncer de intestino, está disponível no site www.marcoazul.org.br. O portal oferece uma série de informações sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, fatores de risco, diagnóstico e opções de tratamento. A iniciativa conta com o apoio institucional da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), além do endosso de diversas outras entidades.
O slogan da campanha deste ano busca transmitir uma mensagem clara sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, sublinhando a relação de confiança entre médico e paciente como fundamental para a detecção eficaz da doença. Em edições anteriores, a campanha alcançou um público estimado em 93 milhões de pessoas em todo o País, com a participação ativa de artistas, times de futebol e personalidades esportivas, que ajudaram a disseminar a mensagem através de depoimentos na imprensa e nas redes sociais.
Como formas de prevenir o surgimento de novos casos, as entidades médicas ressaltam a pertinência de campanhas que orientem os brasileiros sobre o combate ao tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, consume excessivo de carnes vermelhas e dieta pobre em fibras, entre outros. Todos esses fatores são considerados de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, sendo que sua eliminação do cotidiano dos indivíduos constitui medidas de primeiro nível para a proteção.
Saiba mais sobre a campanha em https://www.marcoazul.org.br/
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