Prevenção e diagnóstico precoce para salvar vidas em todo o Brasil. Com este objetivo, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) deram início à campanha Março Azul 2022, para alertar a população, profissionais de saúde, gestores e tomadores de decisão para a importância do diagnóstico e tratamento precoces do câncer colorretal (CCR). Unidas, as entidades atuam para induzir maior conscientização e prevenção contra essa doença.
As entidades médicas deram o start oficial na campanha na última quarta (23), com a realização de um webinar, gratuito e aberto a participação de todos os interessados, onde as instituições apresentaram os objetivos, as ações e a visão geral da campanha 2022, que deve alcançar um público recorde. Toda a campanha está sendo ancorada no site www.marcoazul.org.br, onde podem ser encontrados conteúdos informativos sobre o câncer colorretal, seu diagnóstico e tratamento.
“Nós queremos conscientizar a sociedade sobre o câncer colorretal e estimular a prevenção. É uma doença que pode ser prevenida e alertar a população para esta oportunidade é uma medida de saúde fundamental”, afirma o médico Ricardo Anuar Dib, presidente da SOBED. “Nossa missão é salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros”, justifica. Segundo ele, todas as regionais da SOBED estão mobilizadas para levar esta mensagem à população brasileira.
“Cerca de 90% dos casos de câncer colorretal têm origem em um pólipo, que é uma lesão decorrente do crescimento anormal da mucosa do intestino grosso. Inicialmente esse tipo de lesão é benigna, mas pode crescer e se tornar maligna. Por isso enfatizamos a importância da colonoscopia, exame de imagem que permite visualizar o interior do intestino e, caso seja identificado algum pólipo, removê-lo antes que ele se torne um câncer” alerta Dr. Eduardo de Paula Vieira, presidente da SBCP.
Edição 2022 – O Março Azul conta com o apoio institucional da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) e apoio especial da Associação Brasileira para a Prevenção do Câncer do Intestino (Abrapreci). A campanha também conta com o apoio de diversas outras instituições e envolverá, entre outras ações, a iluminação pública de monumentos em diversos Estados, que serão vestidos de azul durante parte ou todo o mês de março para chamar atenção para o tema e entrar na rotina das pessoas.
Em outra abordagem, os médicos convidaram personalidades de diversas áreas de atuação a gravarem mensagens de apoio à iniciativa, potencializando a mensagem sobre a importância da prevenção da doença. Os vídeos serão divulgados nos canais das entidades médicas nas redes sociais.
Com o lema “Abrace essa ideia outra vez”, a iniciativa aprofunda a abordagem adotada na campanha de 2021, quando mais de 40 milhões de pessoas foram impactadas pela campanha da SOBED. Naquele ano, dezenas de artistas e influencers, além de mais dois grandes times de futebol, participaram da campanha com depoimentos na imprensa e nas redes sociais. Em 2022, novos formadores de opinião estarão engajados, amplificando a mensagem.
Com o apoio das demais entidades parceiras, os endoscopistas e coloproctologistas sensibilizaram o Senado Federal e conquistaram aprovação do Projeto de Lei 5.024/2019, que oficializa o Março Azul e coloca a prevenção ao câncer colorretal no calendário da saúde pública brasileira. Este é um passo decisivo para construir avanços que permitam a redução da incidência da doença, assim como maior sucesso no tratamento dos pacientes.
Doença fatal – O câncer colorretal é o terceiro que mais mata no Brasil, atingindo mais de 40 mil pessoas por ano. Hoje, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é da ordem de 4,3%: sua incidência é mais comum entre homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham casos na família.
Com o envelhecimento da população, estima-se que o registro de mortalidade associada à essa doença aumente até 2025: a despeito da possibilidade de prevenção, 85% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor.
O debate em torno da prevenção ganhou impulso em 2017, quando a SOBED desencadeou uma agenda institucional para colocar o diagnóstico precoce e a prevenção do câncer colorretal na agenda do poder público. Para isso, a entidade provocou e participou de reuniões e audiências públicas com autoridades do poder Executivo e Legislativo federal, onde buscou informar e alertar as autoridades para a importância de o país adotar medidas para enfrentar e reverter o avanço desta doença.
Os médicos têm defendido a formulação de uma política nacional de prevenção, que contemple os métodos diagnósticos de menor complexidade e que podem ser oferecidos de forma sistematizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a medicina avalia como essencial identificar pacientes mais propensos a desenvolver esse tipo de câncer para que a prevenção reduza o desenvolvimento da doença.