O Março Azul é uma campanha de conscientização dedicada à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer colorretal (câncer de intestino). Realizada anualmente durante o mês de março, tem como objetivo informar a população sobre a importância dos exames preventivos, os fatores de risco, os sintomas e as opções de tratamento disponíveis para esta doença. A escolha da cor azul simboliza o compromisso com a saúde e a vida, incentivando ações que promovam a conscientização sobre o câncer de intestino.
O Março Azul surgiu nos Estados Unidos, durante o governo do Bill Clinton, e aos poucos se difundiu para Canadá, Europa e outros países. No Brasil, por iniciativa das entidades médicas ligadas ao combate desse tipo de câncer (SOBED, SBCP e FBG), a campanha tomou corpo em 2020, com o intuito de aumentar a conscientização sobre o câncer colorretal. O formato adotado no Brasil foi inspirado em movimentos similares que dedicam um mês para a conscientização sobre diferentes tipos de câncer, como o Outubro Rosa (câncer de mama) e o Novembro Azul (câncer de próstata).
Óbidos, no Pará, foi escolhida para uma ação especial devido à sua baixa razão de médicos por habitantes (1,2 médico por mil habitantes) e às projeções do INCA, que indicam um aumento de 52% no número de casos de câncer colorretal entre os homens e 2,8% entre as mulheres do Norte nos próximos anos. O município, com uma população de 52 mil habitantes, tem cerca de 7 mil pessoas na faixa etária elegível para triagem por meio do exame de sangue oculto nas fezes. Em resposta a esses desafios, a Secretaria Municipal de Saúde mobilizou Agentes Comunitários de Saúde para educar o público-alvo sobre a importância do rastreamento do câncer colorretal, incentivando a participação na campanha. De 11 a 17 de março, médicos e enfermeiros voluntários das instituições organizadoras oferecerão atendimento aos pacientes que foram previamente rastreados. A escolha de Óbidos também leva em consideração as dificuldades logísticas da região, que incluem longas distâncias e dificuldades de transporte. A iniciativa é uma colaboração entre as Sociedades Brasileiras de Endoscopia Digestiva (SOBED) e de Coloproctologia (SBCP), juntamente com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e a ONG Zoé. Expedições semelhantes aconteceram nas edições anteriores da campanha, em Piranhas (AL), Pilar (AL), Belterra (PA) e Cairu (BA), onde as organizações uniram esforços para superar as barreiras e promover a saúde local.
É um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, também chamado de cólon e reto. Ele quase sempre se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede do intestino.
Embora muitos casos não tenham uma causa específica, fatores de risco incluem excesso de gordura corporal, consumo elevado de carnes vermelhas e processadas, baixa ingestão de fibras, tabagismo, e consumo de álcool. Histórico pessoal ou familiar de pólipos, doenças inflamatórias intestinais ou câncer de intestino também aumentam o risco.
Os sintomas incluem sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes e presença de massa abdominal. É importante investigar esses sintomas com um médico.
Prevenção envolve prática de atividade física, limitar consumo de carnes processadas e vermelhas, priorizar alimentos vegetais na dieta, não fumar e evitar bebidas alcoólicas. Exames de rastreamento, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, são recomendados para pessoas entre 50 e 75 anos.
Exames como o teste de sangue oculto nas fezes podem detectar sangramentos não visíveis causados por pólipos ou tumores. Alterações nesse teste indicam a necessidade de uma colonoscopia, que pode diagnosticar e até tratar lesões precocemente, prevenindo o desenvolvimento do câncer.
O câncer de cólon e reto ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil, tanto entre os homens quanto em mulheres, atrás do câncer de próstata e de mama feminina, respectivamente. O número estimado de casos novos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos (21.970 homens e 23.660 mulheres), segundo o INCA. Número de mortes: 21.262 (10.662 homens e 10.598 mulheres) em 2021, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer.
A detecção precoce pode ser realizada por meio de exames de sangue oculto nas fezes em pessoas assintomáticas acima de 50 anos. Se positivo, é indicada a realização de exames como a colonoscopia, para visualizar o interior do intestino e, se necessário, remover pólipos antes que se transformem em câncer.
O diagnóstico é confirmado por meio de biópsia, na qual um pequeno pedaço de tecido suspeito é retirado e analisado. A amostra geralmente é coletada durante um exame endoscópico.
O tratamento principal é a cirurgia para remover a parte afetada do intestino e os gânglios linfáticos próximos. Dependendo do estágio do câncer, pode ser necessário complementar com radioterapia e/ou quimioterapia para reduzir o risco de recidiva.
Após o tratamento, o acompanhamento médico é crucial para monitorar possíveis recidivas ou o surgimento de novos tumores. Isso inclui consultas regulares, exames de sangue para marcadores tumorais, colonoscopia e exames de imagem.