Março Azul - Notícias

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal (CCR), é o terceiro que mais mata no Brasil, atingindo mais de 45 mil pessoas por ano no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ele se desenvolve no intestino grosso, que compreende o cólon e o reto, como explica o especialista em endoscopia e gastroenterologia, dr. Alessandrino Terceiro.
“O câncer do intestino é um tumor que acomete a porção final do nosso trato digestivo, que se chama intestino grosso. É normalmente dividido em cólon e reto, e esse tumor acomete esse órgão tubular, podendo causar alguns sintomas, como a alteração do hábito intestinal”, explica o dr. Alessandrino
A campanha Março Azul é promovida anualmente pelas Sociedades Brasileiras de Endoscopia Digestiva (Sobed) e de Coloproctologia (SBCP) e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a patologia que é silenciosa.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Até 2030, o SUS pode gastar até R$ 1 bilhão com o tratamento de pacientes diagnosticados com câncer colorretal, um aumento de 88% em relação aos R$ 545 milhões gastos em 2018. Atualmente, cerca de 30% dos casos são evitáveis, pois estão diretamente relacionados a fatores como má alimentação, tabagismo e sedentarismo.
Na fase inicial, o câncer colorretal não apresenta sintomas. Já nos estágios mais avançados, os pacientes começam a notar mudanças nos hábitos intestinais, como diarreias frequentes, intercaladas com prisões de ventre, sangue ou muco nas fezes e até dor abdominal.
“Normalmente, o paciente pode evoluir com prisão de ventre (constipação) ou, às vezes, com a diarreia, chamada diarreia paradoxal, que também pode ocorrer. Sintomas como perda de peso, falta de apetite e sangue nas fezes também são comuns. Esse é um quadro clínico frequente, com sintomas que são típicos da doença neoplásica do câncer”, diz o doutor.

Prevenção e diagnóstico
Tanto a prevenção e o diagnóstico podem ser realizados por meio de um exame chamado colonoscopia. Ele é muito importante pois detecta o câncer em estado inicial. Ou seja, antes do aparecimento dos sintomas. Por meio também é possível a retira de lesões benignas, os pólipos que no futuro podem vir a ser tornar câncer.
“A colonoscopia é tão importante, pois ela detecta essas lesões precoces, esses pólipos, e impede que eles se tornem câncer, ou seja, que o câncer avance para um estágio em que não há chance de prevenção e as possibilidades de cura são bem menores”, destaca o especialista.
A colonoscopia pode ser realizada por homens e mulheres a partir dos 45 anos. Foi por meio dela que Roberto Moreira descobriu a doença há dois anos, e entre os sintomas apresentado foi a diarreia. “Descobri através da colonoscopia, os sintomas foram diarreia, sangue nas fezes e sensação de não evacuação completa”, relembra Roberto.

Tratamento
O tratamento para o câncer de intestino depende do o estágio da doença. Nos casos iniciais, apenas a remoção do tumor por meio de cirurgia pode ser suficiente. Já nos estágios mais avançados, é necessário o uso de quimioterapia e radioterapia.
“O tratamento do câncer de intestino, normalmente nas fases avançadas, envolve cirurgia, que é a retirada da parte do intestino afetada pelo câncer, chamada colectomia, associada ou não à quimioterapia, um procedimento da oncologia clínica com quimioterápicos para reduzir a possibilidade de retorno do câncer”, finaliza o doutor.

Por Dalila Lima

Matéria Original em: https://oestadoce.com.br/geral/marco-azul-mes-e-dedicado-a-prevencao-e-a-conscientizacao-do-cancer-de-intestino