Por Daniel Costa/Estagiário
O câncer colorretal afeta o intestino grosso e o reto é uma das neoplasias mais frequentes na população brasileira. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tipo mais comum tanto entre homens quanto mulheres, com uma estimativa de 49 mil novos casos para 2025 no Brasil. Diante desse cenário preocupante, campanhas, como a organizada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) buscam conscientizar e alertar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
Na Bahia, os números reforçam a necessidade de atenção e políticas de saúde voltadas para a prevenção e tratamento do câncer colorretal. Dados da última atualização Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), mostram que em 2024, foram 598 internações por câncer colorretal e 307 mortes, sendo a maioria homens.
O câncer colorretal acomete, majoritariamente, pessoas acima dos 50 anos, sendo mais frequente no sexo masculino. No entanto, fatores como histórico familiar, dieta pobre em fibras e rica em gorduras, sedentarismo, obesidade e tabagismo aumentam o risco da doença. Estudos também apontam que indivíduos com menor escolaridade e trabalhadores rurais estão mais suscetíveis ao desenvolvimento dessa neoplasia.
Segundo o coloproctologista e cirurgião colorretal Dr. Ramon Mendes, a prevenção é o principal método para evitar ficar doente. E ao fazer exames de colonoscopia, é possível detectar lesões pré malignas que podem se tornar um câncer e realizar a retirada dessa lesão, impedindo que o câncer colorretal seja desenvolvido. “O grande desafio da doença hoje é o acesso ao diagnostico. Conseguir fazer um exame de colonoscopia, ter acesso a um médico, precisamos que a noticia chegue mais aos pacientes para saberem mais sobre o que é necessário fazer para a prevenção, para os exames e chegar na avaliação médica. Então, o grande desafio nosso hoje é que a população tenha acesso a informação e acesso ao diagnostico”, afirmou o Dr. Ramon Mendes.
CURA
O diagnóstico precoce do câncer colorretal é fundamental para aumentar as chances de cura. Exames como a colonoscopia permitem a detecção e remoção de pólipos antes que evoluam para um tumor maligno. “Os pacientes devem ficar atentos aos sinais, como o sangramento, mudança do ritmo intestinal, mudança no formato e coloração das fezes, qualquer sinal como esse deve ser prpocurado um especialista para investigação”, ressaltou o Dr. Ramon. O tratamento, quando necessário, envolve cirurgia para retirada da lesão, além de quimioterapia e radioterapia em casos mais avançados.
“Um dos grandes benefícios e avanços para o tratamento é a cirurgia robótica, ela melhora a precisão cirúrgica para auxiliar melhor na visão das imagens obtendo menos danos na cirurgia e com isso o paciente consegue uma recuperação mais rápida e maior chance de preservação do ânus”, completou.
A prevenção segue como a melhor estratégia para reduzir os índices da doença. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e realizar exames de rastreamento a partir dos 45 anos são algumas das recomendações médicas para evitar o desenvolvimento do câncer colorretal. A campanha promovida pela SOBED e pela SBCP reforça a necessidade de um olhar atento para essa enfermidade, incentivando a população a buscar informações e a aderir às medidas preventivas.
Texto originalmente publicado em: https://www.trbn.com.br/materia/I126923/brasil-devera-ter-mais-de-49-mil-casos-de-cancer-colorretal